Menino de 5 anos conta história em libras para amigo surdo: ‘Ninguém conversava com o Carlos’
Um gesto de inclusão e empatia tem ganhado o coração de internautas de todo o Brasil desde a última sexta-feira (22). Um vídeo gravado por um professor do Pré II, da Escola Balão Mágico, em Rolim de Moura (RO), mostra um aluno de 5 anos interpretando a história da Chapeuzinho Vermelho para um amiguinho surdo.
A turma em que o episódio ocorreu é de responsabilidade do professor Edilson dos Santos, que aplica libras em todas as atividades realizadas em sala de aula. Em entrevista ao BHAZ, o profissional conta que fez o curso de especialização há dois anos e se apaixonou pela língua de sinais por ver o tamanho da diferença que ela faz.
“Foi oferecido pela Universidade Federal de Rondônia um curso de extensão, eu optei por fazer pela curiosidade. Assim que comecei, me apaixonei. Eu vi o quanto isso faz diferença em uma sala de aula para inclusão. Na verdade eu tenho como base que todos os professores e funcionários da educação deviam saber pelo menos o básico”, diz Edilson.
Segundo o professor, ele já havia contado a história para a turma, tanto falando quanto por libras, e se virou para o quadro para escrever a atividade. Quando voltou o olhar para os alunos se deparou com a cena de Ygor interpretando novamente a história para um amigo, Carlos Henrique.
“Foi emocionante ver ele tentando ensinar pro amiguinho. Eu comecei a realizar os sinais novamente e ele foi repetindo. E gravei porque eu queria mostrar como ensinar libras é importante. No início do ano, ninguém conversava com o Carlos, pois não sabia como se comunicar com ele. Hoje, a amizade dele é disputadíssima. Cada dia um aluno diferente chega me pergunta algo novo sobre libras. Isso é muito gratificante”, relata Edilson ao BHAZ.
Viralizou!
O vídeo postado na última sexta (29) já possui mais de 310 mil visualizações e mais de 7 mil compartilhamentos. O professor conta que não esperava tamanha repercussão, já que havia publicado a gravação apenas para a mãe dos alunos observarem o desempenho dos filhos.
“Eu não esperava, pois posto sempre vídeos dos meus alunos. Outro dia postei de uma apresentação musical feita em libras, a qual Carlos Henrique foi destaque pela seu desenvolvimento. Eu estou muito feliz. Estou recebendo diversas mensagens, ligações, feedback de professores de outros estados. Isso é muito interessante e frisa mais uma fez a questão da inclusão”, diz Edilson.
Fonte: BhAZ
