5 coisas que a pandemia nos ensinou sobre bem-estar

5 coisas que a pandemia nos ensinou sobre bem-estar

Vale a pena observar o que aprendemos sobre nossa saúde física e mental

Como as pessoas ao redor do mundo passaram o ano tentando se esquivar de um vírus mortal, todos aprenderam mais sobre máscaras, distanciamento social e lavagem das mãos do que poderíamos imaginar. 

Muitos migraram suas rotinas de treino para dentro de casa e passaram a comer mais vegetais, tentando ficar mais saudáveis para combater o coronavírus, e também para se sentir melhor. Muitos também comeram mais alimentos considerados não saudáveis, porque é um tipo de comida reconfortante.

1- Saúde vai além do corpo

As pessoas estão preocupadas com os efeitos físicos desse vírus mortal. Mas a saúde física é apenas parte da equação. Inúmeras pessoas tiveram que se confrontar com a necessidade de manter o equilíbrio emocional e o bem-estar mental. A solução para isso é cuidar de “todo o eu”.

Muitos aprenderam que em tempos normais, sem pandemia, pode valer a pena sair de casa para se envolver em algumas atividades, e descobrimos que elas são essenciais para o nosso bem-estar.

“Se há uma fresta de esperança neste ano na crise da Covid-19, é o foco na importância de nossa saúde mental”, disse Alexandra Lo Re, uma assistente social que atua em Oyster Bay, Nova York.

Sentimo-nos mais desligados dos outros do que nunca no último ano, o que trouxe solidão, ansiedade e depressão, mas também ganhamos novas formas de pensar, que fomentam a criatividade. 

Lo Re sugere que você tente superar o estresse emocional procurando atendimento o quanto antes. “A saúde mental é um componente essencial para uma vida completa e plena, que inclui a capacidade de superar desafios, lidar com crises e contratempos e aprender a cuidar de si mesmo”, disse. “No entanto, o cuidado preventivo é muito mais eficiente e bem-sucedido do que lidar com os problemas à medida que eles se desenvolvem.”

2- Saúde e igualdade estão intimamente ligadas

A Organização Mundial da Saúde considera “injustos” os sistemas que garantem a alguns acesso à saúde, enquanto fecha essa possibilidade a outros. A OMS avalia que esse cenário é “evitável”.

Pessoas negras e latinas sabem há muito tempo que enfrentam um risco desproporcionalmente maior a sua saúde, incluindo mais probabilidade de ter doenças subjacentes que levam a complicações da Covid-19. 

Essas pessoas têm menos acesso a cuidados de saúde e tratamento de emergência e são mais propensas do que os brancos a trabalhar em setores e posições onde a exposição ao vírus é maior, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. 

A Organização Mundial da Saúde recomenda que nos concentremos na colaboração, na coleta de dados e no trabalho além das fronteiras para combater as iniquidades que tantas comunidades enfrentam no que diz respeito ao acesso aos cuidados de saúde. 

Vimos como as comunidades marginalizadas foram mais devastadas pela Covid-19, inclusive nos EUA, com mais hospitalizações e mortes. E agora ficam para trás também no acesso à vacina. 

Não há soluções fáceis, mas há estratégias que requerem foco constante e suporte contínuo.

3- Comorbidades não devem ser descartadas

É fácil ignorar os indicadores de saúde em um exame ou o aviso do médico sobre níveis elevados de glicose ou enzimas. É difícil conectar esses números em um gráfico ao nosso bem-estar no dia a dia.

Talvez você se sinta bem, mas lhe disseram que tem um distúrbio autoimune ou hipertensão, ou uma das muitas doenças que podem ser complicadoras da Covid-19. É preciso prestar atenção. Sua vida pode depender disso.

Se você não se importa com eventuais comorbidades, a Covid-19, com certeza, se importa. Ela explorará e ameaçará sua saúde com uma infecção mais grave se você tiver uma entre várias doenças subjacentes, incluindo obesidade, que afeta um grande número de pessoas em todo o mundo e quase metade de todos os americanos. Tivemos que rever esses fatos no ano passado e começar a abordá-los da maneira mais ativa.

“Este desafio enfatizou a essência de quem somos e do que precisamos e criou oportunidades para atender às nossas necessidades básicas”, disse o Dr. Edward Krall, professor assistente e diretor associado de treinamento de residência no departamento de psiquiatria e medicina do comportamento no Medical College of Wisconsin.

“Volte ao básico” é uma dica do especialista sobre como redefinir as práticas relacionadas à saúde mental e focar no bem-estar. Todos os dias, “faça uma refeição com alguém que você ama, faça alguma atividade física, faça algo por outra pessoa e leia algo inspirador”, ele disse.

4- O contato humano é fundamental para o nosso bem-estar

O happy hour com seus amigos nunca pareceu uma necessidade, até que você precisou fazer uma chamada de vídeo com uma garrafa barata de chardonnay sozinho. Os jovens foram particularmente afetados pelo isolamento social.

“Perceber que nosso bem-estar está fortemente ligado aos nossos pensamentos e sentimentos é uma consequência natural da pandemia”, disse Scott Bea, psicólogo em Cleveland. “Todos nós sentimos isso. Consequentemente, o estigma de enfrentar esse tipo de desafio parece ter se dissipado neste contexto”, disse ele.

Ninguém estava imune ao impacto do distanciamento social. Criaturas sociais que somos, até mesmo os mais introvertidos ansiavam por alguma forma de interação humana. Idosos em casas de repouso tinham que receber a visita da família através de janelas de vidro. Adultos que moravam sozinhos às vezes passavam meses sem qualquer toque humano.

Percebemos o quanto precisamos e queremos o contato com os outros. Sentimos falta de apertos de mão e abraços, tapinhas amigáveis ??nas costas e cumprimentos. Percebemos que bater cotovelos simplesmente não resolve e não existe beijo possível por meio de um aplicativo.

A boa notícia é que, à medida que o mundo é vacinado, podemos abraçar as pessoas com o amor que não praticamos durante todos esses meses, nos reconectarmos com entes queridos fisicamente e colher aquele alimento emocional.

5- Somos criaturas resistentes

Vista-se com equipamento de segurança e trabalhe em turnos de 24 horas em um hospital lotado, que mais parece o cenário de uma zona de guerra para salvar o máximo de vidas possível. Feito!

Entregue mantimentos de bicicleta no calor escaldante do verão e nas condições de nevasca do inverno para pagar o aluguel. Feito!

Encontre o último rolo de papel higiênico escondido e comemore com mais força do que quando ganhou um ingresso para aquele show incrível ou dançou descalça em um casamento com o amor de sua vida. Feito!

Aprendemos a abraçar a 1,80 m de distância e sorrir através de máscaras filtradas de três camadas. Aprendemos como sobreviver de uma forma mais concreta e visceral do que nunca.

Percebemos que podemos viver um romance distópico na vida real ou um filme de terror. Ainda assim, podemos ver a luz do outro lado e encontrar alegria.

Mesmo em meio a bloqueios e momentos de desespero cheios de medo, ansiedade e noites sem dormir, reconhecemos que nossos dedos ainda estão presos às nossas mãos, nossos pés ainda estão plantados no chão. Somos resistentes. Somos sobreviventes.

É até possível que o sacrifício possa se disfarçar de solução, e que algumas das coisas que fomos forçados a abdicar sejam mudanças bem-vindas, como tempo de deslocamento para o trabalho, interações sociais obrigatórias, toques indesejados.

“As pessoas desenvolveram novas rotinas e diferentes maneiras de se conectar. Com engenhosidade, aprenderam novas maneiras de criar significado e propósito”, disse Kroll.

Com alguma sorte, continuaremos a colocar nossa saúde e nosso bem-estar no centro das atenções, vendo a interconexão de mente, corpo e espírito, e a criar um futuro que pareça mais saudável para todos nós.

*Allison Hope é uma escritora nova-iorquina nativa que prefere o humor à tristeza, as viagens pela televisão e o café ao sono.

(Texto traduzido. Leia o original, em inglês)

Com informações CNN do Brasil

Maria Odete

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