Coronavírus une Israel e Palestina em ações de solidariedade

Coronavírus une Israel e Palestina em ações de solidariedade

A pandemia do coronavírus abalou grandes estruturas da nossa sociedade. Muito além das questões de saúde pública, a Covid-19 devastou políticas e economias mundiais. Mas nem tudo são más notícias. Uma das uniões mais improváveis da geopolítica aconteceu graças à pandemia: Israel e Palestina estão coordenando ações de solidariedade para se proteger contra o coronavírus. As autoridades dos países inimigos comandam práticas de quarentena juntos para o bem comum da região.

A divisão entre Israel e Palestina é histórica; conflitos datam de séculos atrás e se intensificaram após 1948. Porém, em tempos de coronavírus, inimigos se uniram para o bem comum

A ANP (Autoridade Nacional Palestina) e o presidente israelense, Reuven Rivlin, mostram união no diálogo para reduzir os impactos do vírus na região. Em Gaza, 1 caso foi confirmado. Na Cisjordânia, a leste de Israel – na fronteira com a Jordânia -, 64 casos foram identificados e 1 morte confirmada. Em Israel, são mais de 2.300 casos da doença.

Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, coordenou junto de Rivlin o fechamento completo do Muro da Cisjordânia. A mais simbólica divisão entre Israel e Palestina foi completamente bloqueada por um bom motivo. Os profissionais palestinos que se deslocavam para trabalhar em Tel-Aviv ou Jerusalém foram impedidos de ir trabalhar em Israel.

Tanto Palestinos quanto Israelenses entenderam, provavelmente pela primeira vez, que a única solução para que ambos fiquem seguros e saiam da crise da melhor maneira é a cooperação bilateral”, afirmou à National Public Radio Nidal Foqaha, Diretor Geral da Coalizão de Paz da Palestina em Ramallah, na Cisjordânia.

Este grafite no Muro da Cisjordânia se tornou um símbolo da paz e da esperança na região atormentada por disputas bélicas

Israel tem muito mais recursos que a Palestina para lidar com a crise, por isso está fazendo doações para a Cisjordânia. Até então, já foram mais de 500 kits para testes, além de produtos de higiene pessoal e itens de proteção para as forças militares e agentes de saúde.

“O mundo está lidando com uma crise que não distingue pessoas ou endereços. Nossa capacidade de trabalhar juntos em tempos de crise também é prova de nossa capacidade de trabalhar juntos no futuro para o bem de todos nós”, afirmou o presidente Rivlin à imprensa israelense.

Os profissionais de saúde pública de ambos os domínios estão trabalhando juntos para conter o contágio do vírus. Segundo o Instituto Truman da Universidade Hebraica de Jerusalém, 63% dos moradores de Israel acreditam que o país deve ajudar a Palestina a superar a crise do coronavírus.

Fonte: Hypeness

Maria Odete

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