Educadores que alfabetizam crianças em comunidades isoladas dão dicas para a quarentena

Educadores que alfabetizam crianças em comunidades isoladas dão dicas para a quarentena

Um dos maiores desafios dos pais em quarentena é manter a rotina das crianças que não estão indo à escola. Em um momento em que muita gente começa a perder seu emprego, afortunados são aqueles que conseguem migrar para o home office, mas o que fazer quando você tem de trabalhar, pagar as contas, entreter os pequenos que já não aguentam mais ficar trancados em casa e, ainda, continuar o infinito ofício de ensiná-los? O escocês Paul Clarck e a italiana Bianca Bencivenni têm muito a nos ensinar. O casal viveu por mais de 20 anos em uma comunidade isolada na Amazônia, onde fundou a pequena comunidade a Escola VivAmazônia e alfabetizaram centenas de crianças através de um método construtivista e holístico, inspirado na exuberante natureza ao redor.

Para viverem isolados na comunidade de Gaspar, à beira do rio Jauaperi, pequeno afluente do Rio Negro que marca a divisa dos estados do Amazonas e Roraima, eles largaram o conforto de suas casas no velho mundo e dedicaram a vida inteira a um propósito maior. No currículo da escola, língua portuguesa, inglês matemática, geografia, arte e muito meio ambiente, baseado no método construtivista do filósofo austríaco Rudolf Steiner, fundador da antroposofia.

Nesse momento de isolamento social, que também significa suspensão de escolas por tempo indeterminado, Paul e Bianca deram algumas dicas para quem está enfrentando o desafio de educar seus filhos em casa, com auxílio do material enviado pelas escolas. Para eles, tudo começa com a proposta de passar um tempo juntos e as disciplinas são escolhidas de acordo com o gosto das crianças.

“O método é sempre construtivista, tudo é relacionado e complementar. Os pais conhecem as próprias crianças. Se a criança gosta de cachorro, pode aprender  geografia ou biologia a partir da observação deste animal de estimação. Se gosta de comida, pode aprender ciência através dos alimentos. Se gosta de roupas, pode aprender história através de peças femininas e masculinas. E assim por diante”, explicam.

Diferente do cotidiano presente nas escolas tradicionais, o método de home schooling que o casal propõe neste período de quarentena, é mais orgânico e com muito mais trocas. Segundo eles, o ideal é fomentar a capacidade e a vontade da criança de se concentrar durante o tempo estabelecido. Depois, durante o dia, é importante se aproveitar das circunstâncias, interesses e dos desejos da criança para desafios e diversão lúdica – jogos de memória (operações, tabuadas), leituras, informações científicas, desenho e música. Tudo isso favorece sua capacitação e seu desenvolvimento.

Fonte: R7

Maria Odete

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