Homem viaja quase 3 mil km para adotar cão que teve patas amputadas após ser atropelado

Homem viaja quase 3 mil km para adotar cão que teve patas amputadas após ser atropelado

Em julho de 2017, o cão Marvin foi atropelado por um carro quando atravessava a rodovia Régis Bittencourt (BR-116), em São Paulo (SP).

O impacto comprometeu suas patas traseiras, que precisaram ser amputadas. Marvin foi resgatado e tratado pela ONG Cão Sem Dono.

Infelizmente, dois anos se passaram e o vira-lata continuava aguardando um novo lar. Essa espera finalmente acabou no dia 25 de janeiro, quando o agente de viagens potiguar Everton Holanda cruzou o país para buscar o cãozinho.

Ele partiu de Mossoró, município de 240 mil habitantes no interior do Rio Grande do Norte, até São Paulo, numa viagem de quase 3 mil quilômetros.

“Eu me penalizei, me sensibilizei com a situação e não coloquei obstáculos”, contou.

Everton deixou sua cidade natal e viajou até Fortaleza (CE) para pegar um voo até São Paulo. Buscou Marvin no abrigo e voltou no mesmo dia, também de avião. Na manhã seguinte, já estava em Mossoró. “Eu realmente só fui buscá-lo. Fui e voltei no mesmo dia.”

O agente de viagens conta que descobriu o cão em um post na página da ONG Cão sem dono nas redes sociais, que ele vinha seguindo há um ano, época em que adotou um filhote de pit bull.

“Eu comecei a pesquisar sobre a raça, que não é nada daquilo que falam. Fui adicionando páginas e me era sugerido páginas de ONGs. Até que eu cheguei a história de Marvin”, explicou.

Diversos vídeos mostravam o resgate, tratamento e recuperação do cãozinho, chamando a atenção de Everton. “Sempre escreviam: ‘Eu sou o Marvin e meu sobrenome é superação’. Então resolvi colocar realmente o sobrenome de Superação”, falou.

“Eu sempre via as pessoas falando nos comentários que se morassem perto iriam adotá-lo, mas nunca ninguém adotava. Então decidi fazer isso.”

Ele conta que o relacionamento entre Marvin e o pit bull Bradock é tranquilo. “A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi colocá-los próximos. Eles se dão muito bem. Saímos para passear juntos também”, contou.

Marvin tem 7 anos e leva uma vida adaptada depois do acidente, com a ingestão de medicamentos diários (que devem lhe acompanhar por toda a vida). Ele consegue se mover com as patas dianteiras.

“Em casa, a gente não tem medo de que ele se arranhe, porque o piso é liso. Então, ele se arrasta e consegue se locomover. Caso ele vá para a parte de fora da casa, colocamos um ‘saco de arrasto’ para evitar que ele se machuque. Quando o levamos pra caminhar, aí usamos uma cadeirinha para caminhada, que ele ganhou de uma madrinha”, explicou.

O acidente de carro comprometeu a coluna e os nervos da bexiga de Marvin. Dessa maneira, ele não consegue controlar a urina.

“Ele faz xixi a qualquer hora em qualquer momento. Mas é preciso que a bexiga seja estimulada. Como ele se arrasta, geralmente esse estímulo acontece nesse movimento. Se não, eu preciso massagear a barriga dele”, falou.

Felizmente, o cãozinho tem se adaptado bem à nova família. “Ele morava praticamente no consultório da veterinária. Desde a primeira hora que chegamos, ele pareceu perceber que eu sou o tutor. Sempre está atrás de mim”, falou.

“Ele demonstra afeto e carinho por nós”, concluiu.

Fonte: Portal do Animal

Maria Odete

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