Jovem é adotado após viver 13 anos em abrigo. “A adoção foi algo surpreendente para mim”
Ouvir histórias como a do Antonio Jucier da Silva Filho, hoje com 21 anos, é de trazer mais esperança para nossos corações! Ele foi abandonado aos 4 anos de idade e morou por 13 em abrigos para adoção. Quando não tinha mais esperança, uma família o escolheu como filho!
Antonio foi deixado no Lar de Assistência ao Menor (LAM), em Santos, aos 4 anos de idade. “Meu pai e minha mãe eram alcoólatras e usuários de drogas“, conta. Além dele, também tinha um irmão e duas irmãs no mesmo lar. Como uma delas ainda era bebê, foi levada depois de algumas semanas. A irmã mais velha foi transferida para outro abrigo.
Ele conta que a primeira oportunidade de adoção veio quando ele tinha 8 anos. Um casal queria levar ele e o irmão, mas acabou se divorciando no meio do processo e a adoção foi cancelada.
“Então fui para a Casa Crescer e Brilhar, onde passei oito anos da minha adolescência. Meu irmão também foi transferido de abrigo, então não ficamos juntos.”, completa Antonio.
Primeiro contato
A primeira vez que ele teve contato com a família adotiva foi através de um casal que o apadrinhou e sempre o levava para passear aos finais de semana. “Esse casal precisou mudar de país e, como não tinham minha guarda ainda, não conseguiram me levar junto com eles, porque esse processo é demorado”, lembra Antonio.
A sua atual família era amiga do casal que Antonio conhecia e sempre faziam programas juntos. “Eu acabei me aproximando dessa minha família atual. Minha mãe tinha três filhas que sempre choravam quando eu tinha que voltar para o abrigo. Elas já até me apresentavam como irmão. Fomos criando um carinho e ela resolveu me adotar”, relata.
Antonio diz que o processo de adoção foi bem tranquilo, principalmente devido a idade que ele tinha na época (17 anos). “A adoção foi algo surpreendente para mim. Nessa idade, já estamos com um pé fora do lar e sempre há um desespero em relação ao que fazer quando sair, para onde ir, como se sustentar sozinho, entre milhões de coisas que passam pela cabeça de um jovem acolhido“, explica.
Adoção tardia
De acordo com Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o banco de adoção no Brasil conta hoje com mais de 46 mil crianças e mais de 33 mil pessoas com intenção de adotar. Só que a maioria dos candidatos preferem crianças até 6 anos de idade, o que deixa cerca de 20% do banco de adoção inelegível.
O caso de Antonio é bastante incomum. Ele mesmo conta que não esperava mais que uma família o levasse. “Acham que já temos uma cabeça formada e hábitos que não vamos mudar. As vezes também acreditam que herdamos algumas coisas ruins dos nossos pais. Acredito que isso seja um preconceito”, diz.
Fonte : Razões Para Acreditar