Por muitos anos ela teve vergonha do seu rosto e hoje empodera meninas da periferia (SP)

Por muitos anos ela teve vergonha do seu rosto e hoje empodera meninas da periferia (SP)

Quando tinha apenas 3 meses de vida, Amanda Oliveira sofreu um acidente doméstico e queimou o seu rosto com água fervente. Durante muitos anos, ela deixou que as cicatrizes desse dia a definissem. 

“Uma vez uma menina falou que eu parecia uma bruxa. Abaixei a cabeça e fiquei chorando.”

Mas, com a ajuda de uma professora de dança, ela se conectou com a música e descobriu o poder de uma mulher quando ela se aceita.

“Hoje, eu me sinto mais corajosa. Eu acho que a cicatriz me lembra todos os dias que fui mais forte do que aquilo que me feriu.”

jovem com rosto queimado hoje empodera meninas da periferia com o projeto As Valquírias
A professora de dança Valquíria foi a grande inspiração para a jovem criar o próprio projeto social. Foto: Reprodução/Vídeo

Buscando compartilhar seu conhecimento e promover o empoderamento feminino de meninas da Vila Itália, em São José do Rio Preto (SP), bairro dominado pelo tráfico e pela prostituição, ela fundou o Instituto As Valquírias.

O projeto, que leva o nome da sua professora, vem transformando a vida de meninas através da música e de atividades que conectam essas meninas.

Em vídeo produzido para o projeto Inspire Fundo do grupo Algar em parceria com o Razões para Acreditar, Amanda nos ensina como é maravilhoso sermos donas do nosso próprio destino. ❤

“Não importa se você sofreu racismo. Se um dia você não aceitou sua cor, seu cabelo. Você é linda, você é poderosa. Grandes batalhas formam grandes guerreiras.”

Quanta força nessas palavras, Amanda! Demais!

jovem que teve rosto queimado ao lado das meninas do projeto de empoderamento feminino As Valquírias
Projeto atende 300 meninas em situação de vulnerabilidade social. Foto: Reprodução/Vídeo

“É a primeira vez que eu gravo sem maquiagem”

Num momento emocionante do vídeo, Amanda, que sempre escondeu suas cicatrizes com maquiagem, fez questão de falar do projeto com o rosto limpo, sem vergonha de suas marcas.

“Ela se sentia muito mal por causa da cicatriz dela. Quando a gente saía e alguém abordava ela perguntando se era uma queimadura, eu piscava para ela e respondia que era uma alergia”, contou a mãe de Amanda, a dona Regina de Oliveira.

Foto: Reprodução/Vídeo

Amanda cresceu numa favela na Zona Sul de São Paulo, e como as condições da sua família não eram das melhores, ela e os irmãos tinham problemas de saúde com frequência.

“Porque era um lugar úmido e a minha mãe nem sempre tinha dinheiro para levar a gente para fazer inalação. Então, ela improvisava. Fervia a água, colocava dentro de uma bacia e colocava a gente para respirar o vapor. E eu caí com o rosto dentro da água fervendo. Tinha 3 meses”, relatou. 

80% das meninas que passam pelo projeto se tornam mulheres empreendedoras

Foi através de um projeto social que ela conheceu a sua musa inspiradora, a professora de dança Valquíria.

Eu perdi o medo de me socializar e descobri as minhas potencialidades. A Valquíria me inspirou a ser dona do meu próprio destino. Com a dança descobri minhas potencialidades”, disse.

muheres do projeto As Valquírias
Foto: Reprodução/Vídeo

Infelizmente, o projeto que abriu as portas para ela foi encerrado em 2017. Amanda e outras alunas se mantiveram firmes e no mesmo ano, fundaram As Valquírias, trabalhando o empoderamento feminino em garotas de periferia através da música.

“Hoje, o Instituto impacta mais de 1 mil famílias. 300 crianças em situação de vulnerabilidade social são atendidas por nós e 80% das meninas que passam pelo projeto se tornam mulheres empreendedoras.”

Gente, que demais! É de arrepiar essa história. Veja abaixo o vídeo emocionante sobre a história da Amanda e das Valquírias:

Fonte: Razões para Acreditar

Maria Odete

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